sábado, 2 de fevereiro de 2013

Brasil e a Crise dos Mísseis de Cuba

Tema de um filme que figura entre meus favoritos: Os treze dias que abalaram o mundo, esse momento é daqueles que mudam a história do mundo de forma irremediável. Vejamos embricamentos do que levou a Guerra Fria a ser fria e não quente como uma explosão nuclear.
Era o governo de João Goulart, após a renúncia de Jânio Quadros. Não só o Brasil vivia uma situação crítica de pressão dos militares sobre o governo. Na União Soviética e nos Estados Unidos, uma escalada de manobras intimidadoras levavam à beira de um colapso no delicado equilíbrio que permitia a paz durante a Guerra Fria.

No ano de 1961, a tentativa de derrubada do regime de Fidel Castro na invasão na Baia dos Porcos foi uma humilhante derrota americana. Serviu apenas para enfurecer os Soviéticos e para ferir o orgulho dos generais americanos, loucos para uma nova tentativa. A instalação de mísseis, por parte dos Estados Unidos, no mesmo ano, em base militar turca, serviu de estopim para os comunistas. No ano seguinte, a resposta viria com o que ficou conhecido como o momento mais perigoso da história da humanidade.



A retaliação pela atitude ofensiva americana veio com a instalação de mísseis em Cuba, o único aliado declarado no Novo Mundo. Obviamente, as forças armadas dos Estados Unidos mantinham vigilância constante da ilha caribenha através de aviões espiões, que logo descobriram o procedimento.
Iniciou-se, então, um período de 13 dias nos quais, ora se aproximava do início de uma guerra nuclear, ora parecia haver possibilidades de acordo. Militares de ambos os lados pressionavam para ação ofensiva, mas pessoas iluminadas persistiam em esvaziar até a última gota da diplomacia.


Robert Kennedy entra como personagem importantíssimo na história, tendo atirado para todos os lados (a expressão não fica muito bem aqui), na tentativa de encontrar solução pacífica.
Nos últimos dias, enviou carta ao governo brasileiro, onde solicitava o envio de diplomata para Cuba, na tentativa de uma aproximação e um acordo, no qual prometeriam não destituir o governo castrista, em detrimento da manutenção dos mísseis balísticos.
Foi enviado, no lugar de um diplomata, um militar com simpatia pelo partido, mas as negociações andavam devagar, pois Castro queria que Guantánamo (onde havia base militar americana) entrasse nos termos. Foi então que, a despeito das negociações mediadas pelo Brasil, americanos e soviéticos chegaram a um denominador comum que envolvia a retirada das armas em Cuba e a promessa de não invasão (oficialmente) e a retirada das armas americanas da Turquia e Sul da Itália (extra-oficialmente).

Assim, podemos perceber a importância política do Brasil nas questões do continente americano. Não devemos nos negar esse papel e, para isso, é necessário que o povo brasileiro conheça sua história e as minúncias da política. Só assim assumiremos a responsabilidade devida de uma potência continental e, quem sabe um dia, mundial. "Um povo que não conhece sua história está condenado a repetí-la."
Atenciosamente.

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