sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

A Maldição de Paulo Camargo - Edifício Joelma

Poucos dias depois da tragédia em Santa Maria, chega o dia 1 de fevereiro, 39 anos exatos do episódio do incêndio no Edifício Joelma, o segundo mais trágico da história nacional, só superado em perdas humanas no recente acidente no Rio Grande do Sul.
O incêndio do Joelma ocorreu por um curto circuito num aparelho de ar-condicionado, em 1974, três anos após a inauguração da construção.

Uma história por anterior a esse momento infeliz é que causa arrepios, por ter acontecido no mesmo lote, perto da esquina da Santo Antônio com a 9 de julho em São Paulo, onde, antes da construção do Joelma, morava uma família da qual não restaria nenhum membro.

No ano de 1948, acima de qualquer suspeita, o professor de Química da USP, Paulo Ferreira Camargo, chamaria a atenção da imprensa para um crime bárbaro, que hoje seria mais um entre tantos da TV, mas naquele tempo, quando a mídia ainda não descobrira o nicho do "Sangue no Jornal" e assassinos não costumavam ser transformados em celebridades, causou choque na população.

O jovem professor de 26 anos construiria, no terreno de sua casa, um poço porque, segundo ele ao ser investigado, abriria uma fábrica de adubo e não poderia usar do sistema convencional de esgoto. Dias depois, espalhou a notícia de que iria viajar para o Paraná com a família. No dia 5 de novembro enviou a nota de falecimento de sua mãe e das duas irmãs com quem dividia residência, num acidente de carro nas proximidades de Curitiba.

Vizinhos começaram a achar estranho o fato de não haver funeral. Pessoas próximas aos outros integrantes da família, Benedita (mãe), Maria Antonieta e Cordélia (irmãs), que não foram avisados da viagem, também passaram a suspeitar. Denunciado, passou a ser investigado pela polícia que, ao interrogar o Dr. Hoffmann, colega de trabalho no laboratório de Química da Universidade, foi ralatada uma pergunta feita pelo suspeito à testemunha que intrigou a polícia: Qual o melhor agente químico para corroer um cadáver?

A investigação na residência de Paulo trouxe a luz o poço que construíra. Não contentes com as explicações  e a aparente regularidade da obra, pediram aos bombeiros que escavassem a área. Imagine a surpresa daqueles que viram os três corpos, parcialmente enrolados em panos, de cabeça para baixo, imersos no poço.

Com policiais cercando a casa, o professor pediu licença para ir ao banheiro durante a escavação. Foi nesse momento que usou sua arma para o suicídio, levando consigo as explicações para o bizarro crime e a chance de ser julgado e punido pela lei dos homens.


A vinda a tona do fato, após o incêndio, obviamente abriria oportunidade para o mito da maldição que estaria contida no lote. A fama de mal-assombrado só ganhou força com o fato de 13 pessoas que ficaram presas num elevador, vítimas do incêndio, não terem sido identificadas.

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